Corpos, territórios e memórias em foco na 4ª edição da feira

Entre os dias 28 de maio e 1º de junho de 2025, acontece a 4ª edição da ArPa - Feira de Arte, consolidada como um dos principais encontros do mercado de arte latino-americano. Com cerca de 60 galerias de 14 países, a feira se destaca pelo olhar curatorial apurado e pela valorização da diversidade de práticas artísticas contemporâneas.

Nesta edição, a ArPa amplia sua ocupação no Mercado Livre Arena Pacaembu e conta com um dos setores mais potentes da feira: o Setor UNI, que este ano será instalado no Ginásio Poliesportivo restaurado.

Sob curadoria da colombiana Ana Sokoloff, o setor reúne 12 exposições individuais, sendo metade de galerias internacionais e metade de galerias brasileiras. Dentre estas, quatro são associadas à ABACT: Central, Galleria Continua, Marli Matsumoto e Quadra. Os projetos apresentados abordam temas como pertencimento, poder, memória e a marginalização das relações entre seres humanos e natureza.

Para aprofundar os conceitos e escolhas desta curadoria, conversamos com Ana Sokoloff, que compartilha sua visão sobre o setor, o papel das galerias brasileiras e a potência das narrativas plurais que compõem a arte latino-americana atual.


Entrevista com Ana Sokoloff

1. Como a presença das galerias associadas à ABACT contribui para a articulação entre contextos geográficos e abordagens artísticas?

La propuesta curatorial buscaba incluir artistas que trataran diversos temas como pertenencia, memoria, género y la marginalización tanto de la naturaleza como de los seres humanos. Las galerías asociadas a ABACT trabajan con artistas que abordan estos temas, lo cual facilitó la elección de las obras y su inclusión.

2. Quais aspectos das trajetórias dessas galerias e artistas foram especialmente relevantes?

Quería incluir artistas que debían ser reconocidos por su trabajo. Muchos de ellos ya comienzan a tener reconocimiento a nivel institucional y de coleccionismo, pero quería subrayar y fomentar su presencia y notoriedad en círculos más amplios del mercado del arte.

3. Como essas galerias ampliam o repertório de vozes da arte latino-americana?

La línea de programación de cada una es importante para criar un repertorio de arte brasileño a nivel nacional e internacional. Toda voz, todo artista, toda galería es importante para construir la narrativa artística de un país.

4. De que forma os temas de pertencimento, poder e marginalização se refletem na seleção do setor?

¿Qué más claro que la obra de Carmézia Emiliano para reflexionar sobre la pertenencia a un lugar, la marginalización de su gente y el abuso de los recursos naturales? ¿O la obra de Laercio Redondo y Mayana Redin para hablar del peso de la historia en la vida cotidiana?

5. Como as galerias associadas contribuíram para o desenvolvimento curatorial?

El trabajo curatorial siempre es un diálogo. En el caso de Central, la participación con la obra de Carmézia Emiliano era de particular importancia para mi discurso, así como la de Laercio Redondo, cuya práctica artística es casi opuesta.

6. Quais marcos nas trajetórias dos artistas foram decisivos para incluí-los?

La legitimación de un artista es un rol primordial de la galería. Eventos como la Bienal de São Paulo y residencias en el exterior, como la de Ana Claudia Almeida, fueron importantes.

7. Qual a importância de incluir artistas com práticas baseadas em outras epistemologias?

Incluir artistas que vienen de fuera o que tienen prácticas basadas en epistemologías indígenas, afro-brasileñas o feministas enriquece el panorama y pone en evidencia nuestra diversidad.

8. Como as obras dialogam dentro da proposta curatorial?

Todos los artistas del Setor UNI merecen ser vistos con la misma intención de curiosidad y aprendizaje. Los destaques mencionados respondieron a contextos específicos de esta conversación.

9. O que essa curadoria trouxe de mais desafiador ou transformador para você?

Brasil ha sido central en mi carrera profesional. Esta experiencia ha corroborado mi sentimiento de empatía cultural y profesional con Brasil.


Sobre a ABACT na ArPa 2025

A ABACT participa da ArPa 2025 com a presença de 29 galerias associadas, das quais quatro integram o Setor UNI, reafirmando o papel da associação na valorização da produção artística nacional e na articulação entre diferentes regiões e contextos.