maio 29, 2025

Setor UNI na ArPa 2025: entrevista com Ana Sokoloff

Corpos, territórios e memórias em foco na 4ª edição da feira

Entre os dias 28 de maio e 1º de junho de 2025, acontece a 4ª edição da ArPa - Feira de Arte, consolidada como um dos principais encontros do mercado de arte latino-americano. Com cerca de 60 galerias de 14 países, a feira se destaca pelo olhar curatorial apurado e pela valorização da diversidade de práticas artísticas contemporâneas.

Nesta edição, a ArPa amplia sua ocupação no Mercado Livre Arena Pacaembu e conta com um dos setores mais potentes da feira: o Setor UNI, que este ano será instalado no Ginásio Poliesportivo restaurado.

Sob curadoria da colombiana Ana Sokoloff, o setor reúne 12 exposições individuais, sendo metade de galerias internacionais e metade de galerias brasileiras. Dentre estas, quatro são associadas à ABACT: Central, Galleria Continua, Marli Matsumoto e Quadra. Os projetos apresentados abordam temas como pertencimento, poder, memória e a marginalização das relações entre seres humanos e natureza.

Para aprofundar os conceitos e escolhas desta curadoria, conversamos com Ana Sokoloff, que compartilha sua visão sobre o setor, o papel das galerias brasileiras e a potência das narrativas plurais que compõem a arte latino-americana atual.


Entrevista com Ana Sokoloff

1. Como a presença das galerias associadas à ABACT contribui para a articulação entre contextos geográficos e abordagens artísticas?

La propuesta curatorial buscaba incluir artistas que trataran diversos temas como pertenencia, memoria, género y la marginalización tanto de la naturaleza como de los seres humanos. Las galerías asociadas a ABACT trabajan con artistas que abordan estos temas, lo cual facilitó la elección de las obras y su inclusión.

2. Quais aspectos das trajetórias dessas galerias e artistas foram especialmente relevantes?

Quería incluir artistas que debían ser reconocidos por su trabajo. Muchos de ellos ya comienzan a tener reconocimiento a nivel institucional y de coleccionismo, pero quería subrayar y fomentar su presencia y notoriedad en círculos más amplios del mercado del arte.

3. Como essas galerias ampliam o repertório de vozes da arte latino-americana?

La línea de programación de cada una es importante para criar un repertorio de arte brasileño a nivel nacional e internacional. Toda voz, todo artista, toda galería es importante para construir la narrativa artística de un país.

4. De que forma os temas de pertencimento, poder e marginalização se refletem na seleção do setor?

¿Qué más claro que la obra de Carmézia Emiliano para reflexionar sobre la pertenencia a un lugar, la marginalización de su gente y el abuso de los recursos naturales? ¿O la obra de Laercio Redondo y Mayana Redin para hablar del peso de la historia en la vida cotidiana?

5. Como as galerias associadas contribuíram para o desenvolvimento curatorial?

El trabajo curatorial siempre es un diálogo. En el caso de Central, la participación con la obra de Carmézia Emiliano era de particular importancia para mi discurso, así como la de Laercio Redondo, cuya práctica artística es casi opuesta.

6. Quais marcos nas trajetórias dos artistas foram decisivos para incluí-los?

La legitimación de un artista es un rol primordial de la galería. Eventos como la Bienal de São Paulo y residencias en el exterior, como la de Ana Claudia Almeida, fueron importantes.

7. Qual a importância de incluir artistas com práticas baseadas em outras epistemologias?

Incluir artistas que vienen de fuera o que tienen prácticas basadas en epistemologías indígenas, afro-brasileñas o feministas enriquece el panorama y pone en evidencia nuestra diversidad.

8. Como as obras dialogam dentro da proposta curatorial?

Todos los artistas del Setor UNI merecen ser vistos con la misma intención de curiosidad y aprendizaje. Los destaques mencionados respondieron a contextos específicos de esta conversación.

9. O que essa curadoria trouxe de mais desafiador ou transformador para você?

Brasil ha sido central en mi carrera profesional. Esta experiencia ha corroborado mi sentimiento de empatía cultural y profesional con Brasil.


Sobre a ABACT na ArPa 2025

A ABACT participa da ArPa 2025 com a presença de 29 galerias associadas, das quais quatro integram o Setor UNI, reafirmando o papel da associação na valorização da produção artística nacional e na articulação entre diferentes regiões e contextos.

maio 19, 2025

Galerias de arte expandem atuação e movimentam mercado brasileiro

Pesquisa aponta abertura de filiais e parcerias como estratégias de crescimento; Arpa destaca movimento

São Paulo, maio de 2025 - O mercado de arte brasileiro passa por um movimento de expansão, com galerias estabelecendo filiais em diferentes cidades do país, mostra pesquisa apresentada pela Associação Brasileira de Arte Contemporânea (ABACT), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) no âmbito do projeto setorial Latitude. O estudo revela que o número de galerias com filiais saltou de 6 para 23 nos últimos anos, indicando uma estratégia de crescimento e busca por novos públicos. 

“Essa expansão tem impacto direto na dinâmica das feiras, como é o caso da ArPa - Feira de Arte, que acontece no fim de maio, em São Paulo e que se tornam cada vez mais relevantes para o setor. Se, por um lado, as galerias de São Paulo e Rio de Janeiro buscam maior inserção em outros centros, por outro, galerias de outras regiões miram o eixo Rio-São Paulo para ampliar sua visibilidade, como é o caso da Galeria Karla Osorio, da Galleria Continua e Mitre que participam dessa edição da Feira", comenta Anamaria Boschi, gerente do Latitude.

A pesquisa também aponta para um aumento na profissionalização do setor, com galerias diversificando suas estratégias de atuação e buscando maior sustentabilidade financeira. Além da abertura de filiais, galerias buscam alternativas para expandir sua atuação. 

“Parcerias entre galerias, tanto no Brasil quanto no exterior, facilitam o intercâmbio cultural e a promoção de artistas, funcionando como teste de mercado antes da abertura de uma filial. A presença em marketplaces virtuais também é uma opção, embora com resultados ainda incertos, já que a experiência física continua sendo determinante para a maioria das vendas”, completa Boschi.

A 7ª Edição da Pesquisa Setorial sobre o Mercado de Artes Visuais no Brasil ouviu 76 galerias de arte e 45 profissionais do setor, incluindo artistas, colecionadores, consultores, representantes de feiras e casas de leilão e curadores, e foi apresentada em fevereiro deste ano. Já a ArPa - Feira de Arte acontece  entre os dias 28 de maio e 1 de junho de 2025 reunindo 29 galerias associadas à ABACT, sendo que 9 delas possuem filiais tanto em São Paulo quanto em outros estados.


Sobre a ABACT
A ABACT - Associação Brasileira de Arte Contemporânea, é uma entidade sem fins lucrativos que representa cerca de 60 galerias de arte contemporânea no Brasil e promove ações de profissionalização e incentivo à desburocratização do setor, além de ações educativas e de conexão entre os agentes de mercado nacional e internacional. Nos últimos anos, o protagonismo da ABACT nas ações de internacionalização das galerias brasileiras se deu de forma mais intensa através do Projeto Latitude, desenvolvido em parceria com a ApexBrasil, com canais de comunicação e cronograma próprios de atuação.

Sobre o Latitude – Platform for brazilian art galleries abroadO projeto setorial Latitude – Platform for brazilian art galleries abroad foi criado em 2007 com o apoio da ApexBrasil com intuito de promover a internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea. Desde abril de 2011, sob a gestão da ABACT, o projeto experimentou uma evolução e crescimento notáveis. O número de empresas participantes aumentou de 5 para 53. Suas ações diversificaram-se, adaptando-se às necessidades de cada galeria. Foram conduzidas sete Pesquisas Setoriais sobre o mercado de arte e 283 convidados internacionais participaram de 24 Art Immersion Trips. O Latitude lançou o edital Intercâmbio de Curadores, com oportunidade de pesquisa no Getty Research Institute. O interesse internacional pela arte brasileira continua forte. O Latitude fortalece o setor através de ações comerciais, que promovem a imagem do país em feiras internacionais; atividades estruturantes, como planejamento estratégico e capacitação; e estratégias de comunicação, garantindo a visibilidade da arte brasileira.

Sobre a ApexBrasil
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar os objetivos, a ApexBrasil realiza ações diversificadas de promoção comercial, como missões prospectivas, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil. A agência também atua de forma coordenada com atores públicos e privados para atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o Brasil, com foco em setores estratégicos para o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras e do país.

Informações para a imprensa
Tabula Comunicação
tabula@tabulacom.art

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